Relembrando...

Até que enfim o calor deu as caras nessas últimas semanas aqui pras bandas do Vale do Paraíba, mas em compensação chegou animoso, posso até dizer que, por alguns instantes parece que estou no Pantanal sulmatogrossense. Já no dia de ontem, caiu um aguaceiro em Bragança, e imagina que horas? Isso mesmo, a tardezinha, bem no fim do expediente.

Fui embora de carona (moto), cheguei em casa encharcada, mas como dizem, é bom tomar chuva de vez em quando, "lava a alma". Como o temporal não cessou, pra variar a rotina, cabulei a aula mais uma vez. Após a praxe, "banho & comida", procurei com o que me ocupar em meio as trovoadas. TV jamais! O vô disse que não pode! Dormir? Sonolenta eu até estava, mas completamente sem vontade. A vó viajou, o vô foi deitar, e às 20:00h, o que fazer? Decidi arrumar e organizar "coisas guardadas", aqueles papéis e quinquilharias que enchem as gavetas. Eu sei que comecei a ler os bilhetes, cartinhas, cartões de aniversários, presentinhos valiosos, lembrancinhas singulares. Um ápice de nostalgia pairou, mas ao mesmo tempo em que da melancolia brotavam as lágrimas, as boas recordações me faziam sorrir.

Esbanjar gargalhadas é meu forte, mas ontem não consegui me conter, chovia lá fora e dentro do quarto também. Reproduzi no pensamento momentos de intimidade com Deus, depois de ler algumas das minhas orações de 2007 (costume de orar escrevendo), e mais uma vez pude ver o cuidado constante de Deus na minha vida, que sempre me fortalece. Amizades especiais, palavras sinceras, presente singelos, denotam pra mim um passado que ainda sinto presente. Distância, saudade, medo, alegria, aprendizado, força, companheirismo, lealdade.

Uma miscelânea de sentimentos necessários, e imprescindíveis, que me ensinam apreciar todos os "detalhes" da vida, tanto num simples post it com uma mensagem de "bom dia", quanto num abraço desenhado num papel (... \o/...), detalhes que partiram de histórias vividas.

Reflexiva e chorosa, porém afortunada, não de posses, nem de riqueza ou vanglória, e sim de lembranças, emoções, e a memória latente do valor das pessoas que me rodeiam, e mesmo aquelas que já se foram e deixaram saudade, que ao longo dos meus dias fizeram e me fazem feliz. Depois disso peguei no sono rapidinho pensando que foi bom fazer uma limpa nas gavetas, nisso tudo, me despojei de algumas inutilidades, guardei o que é importante.
Por isso julgo relativo o dito "Quem vive de passado é museu", porque tudo que é bom, que acrescenta, e que edifica, vale a pena ser lembrado.

Aí vai uma deixa a respeito de tudo isso:
"Quanto ao mais, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." Filipenses 4:8