Onde irei?

Hoje li que meus atos de nada valem se não tenho um objetivo determinado, definido.

Seguir? Mas em que direção?

Trabalhar? Onde chegar?

Amar? Sentir reciprocidade?

Fazer alguém feliz? Esperando o mesmo em troca?

Indagações desse tipo, perguntas medíocres com efeito de "frases prontas" me deixam suscetível a reflexões. Isso não quer dizer que me preocupo com essa ânsia de alcançar metas, projetar a vida, viver meticulosamente em prol de algo que quero, mas de certa forma me faz pensar. Não, eu não sou adepta a força de expressão "deixa a vida me levar", mas creio que o curso das coisas não está ligado ao meu instinto de futuro brilhante e de vida perfeita. Dizem que a cada aniversário completamos mais um ano de experiência, e onde isso pára? Logo em seguida li também um artigo a respeito de "metanóia", e me deparando com o significado da palavra de origem grega que quer dizer “mudança de idéia”, “mudança de direção", aderi a expressão!

Mudei a direção.

Ontem achei que eu não soubesse responder a essas perguntas corriqueiras, nem dizer que rumo minha vida iria tomar e isso me entrigava. Hoje ainda não sei concretamente, mas mudei de idéia, abri os olhos e mesmo não sabendo dos detalhes, não tendo cenas, nem definindo as pessoas, os fatos, os lugares, tenho certeza e convicção de que quem sabe está no controle de tudo. Ando, sigo, trabalho, convivo, amo, e acima de tudo prossigo para o alvo sem olhar pra trás, nem me apego em demasia ao amanhã, busco de primeira Aquele que tem meu futuro nas mãos.

...
Tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, já a conheces toda.
Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.
Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.
...
Para onde me esconderei de Ti? Para onde fugirei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;
se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,
ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.
Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite,
até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa.
Pois tu formaste o meu interior (...)
...
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado (...)
Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!
Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim.
Salmos 139

Pra onde irei?

Ele Sabe, e isso é o bastante.