Preto e Branco!

Branco e Preto, Preto e Branco!

Hoje quero falar do Branco e do Preto.
Sentido literal, assim como convier, ou como você quiser.

Branco...
Da pureza, da limpeza, da claridade.
Aquele que evidencia marcas, sujidade,
revela cores e declara transparência.
Do leite que da sustança aos pequeninos.
Do colarinho dos altos executivos.
Do branco dos quadrados do tabuleiro do xadrez.
Do branco do céu, nas nuvens de verão que parecem algodão.
Do branco das estrelas da bandeira nacional.
Do branco que predomina na cútis de quem fala "tchê".
Do Branco pálido do rosto de quem sofre.
Do branco do sorriso da criança.
Do branco do glacê do bolo da festa.
Do branco do arroz que acompanha o feijão.
Do branco que veste o Ano Novo.
Do branco da folha ainda não escrita.
Do branco da parede da varanda da fazenda.
Do branco que por vezes alegra o paciente que recebe alta,
e noutras noticia que alguem se foi.
Do branco que indica ancianidade nas cabeças experientes.
Do chacoalhar das ondas do mar bravio nas encostas.
Branco da neve que encanta noites estrangeiras de invernos rigorosos.

Preto...
Da noite que precede a alvorada.
Da escuro que trás o medo.
Do preto dos olhos do mestiço.
Das ameixas secas.
Da fuligem do engarrafamento da metrópole,
e das fábricas aos seus derredores.
Do petróleo que move motores.
Do cafezinho que anima o trabalho.
Do longo que embeleza a donzela.
Do Rayban que protege a menina.
Do preto que traja a família enlutada.
Do preto do tabuleiro do xadrez.
Do black-out da cidade.
Do bemol ou sustenido no piano.
Dos roqueiros pitorescos.
Do conversível do playboy na rodovia.
Do preto que disfarça a gordurinha.
Do carvão que vira cinza.
Do quadro negro onde o mestre ensina.

Branco e preto, preto e branco.
Cada um é cada um.
Cada qual tem seu qual.
Nenhum deles é igual.
Ambos têm seu diferencial.

Como nós, humanos.
Cada um é cada um.
Cada um tem sua relevância e importância.
Cada um tem sua escolha, nociva ou duvidosa, salutar ou segura.
Cada um tem seu lugar, sua oportunidade.
Cada um tem sua ostentação, vaidade.
Cada um tem sua personalidade, sua identidade.
Cada um tem seu encanto, sua beleza.

Branco e preto,
Preto e branco,
Humanos,
Cada um é cada um,
Cada qual com seu qual.

Preto e Branco, independente da posição, lugar e momento são sempre cores.
Nós humanos também, sempre humanos, mas com uma sutil diferença,
Podemos escolher ou permitir como seremos "usados".


Como diz Roland Körber:
"Cada um no seu lugar, Deus no centro, e nós junto Dele."
(Rádio Trans Mundial)